Atletas paraequestres estreiam em 11/9 na Rio 2016

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A equipe que vai representar o Brasil no Hipismo nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 já está na cidade. Após um período de treinos na França, Marcos Fernandes Alves, o Joca, Sergio Oliva, Vera Lucia Martins Mazzili e Rodolpho Riskalla desembarcaram no sábado, 3/9, no Rio de Janeiro, junto com Marcela Parsons, diretora da modalidade na Confederação Brasileira de Hipismo. Na segunda-feira, 5/9 a delegação recebeu a imprensa no Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro, para um treino aberto.

 

Time Brasil de Adestramento Paraequestre
Time Brasil de Adestramento Paraequestre

 

“A nossa aclimatação foi isolada do resto do grupo porque sabemos que os melhores competidores estão na Europa. Nesse tempo pudemos ver que os nossos cavalos estão bem preparados e prontos para encarar o desafio”, disse Marcela.

Para o primeiro dia de provas no domingo, 11/9, os ingressos já estão esgotados. O fato emocionou a delegação brasileira. “Saber que teremos a arena lotada para a nossa estreia em casa é um sentimento único. A presença da torcida é como mais um atleta para nos ajudar na busca por um bom resultado. Dentro do que a equipe apresentou ao longo do ano, nós temos expectativa sim de buscar alguma medalha. É a equipe mais forte que tivemos em Jogos Paralímpicos”, finalizou Marcela.

 

Rodolpho Riskalla, atleta santamarense na Rio 2016
Rodolpho Riskalla, atleta santamarense na Rio 2016

 

Os cavaleiros são classificados de acordo com a sua deficiência e julgados pela sua capacidade ou habilidade equestre. As provas são disputadas em quatro níveis Ia, Ib, III e IV (maior ao menor grau de comprometimento físico). Os técnicos do Brasil são Frederique Marie-George e Nicolas Commenge e os atletas estão confiantes em uma boa participação dentro de casa.

“Fizemos um trabalho muito forte na França e a nossa expectativa é maior possível. Todos os conjuntos estão muito bem preparados e acredito que é a primeira vez que chegamos com chance de conquistar uma medalha por equipe, o que mostra que o esporte no nosso país está crescendo”, contou Joca, dono de duas medalhas de bronze nos Jogos Paralímpicos 2008.

 

Sergio Froes Oliva vem com tudo nos Jogos
Sergio Froes Oliva vem com tudo nos Jogos

 

Prestes a disputar a sua quarta Paralimpíada, o cavaleiro se emocionou ao ter o reconhecimento da diretora da modalidade, Marcela Parsons, como líder da equipe, uma vez que é o mais experiente. “Eu agradeço essa confiança do time e da Marcela. Eu venho dando o meu melhor para buscar um pódio e ajudar todo mundo. Estou há pouco tempo com o meu cavalo, mas essas duas semanas de treinos intensos foi muito importante para ganharmos mais entrosamento”, finalizou Joca.

O Brasil estreou nos Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004, com Marcos Fernandes Alves, que terminou a competição em 9º lugar. Em 2008, nas Paralimpíadas de Pequim, o Brasil competiu pela primeira vez em equipes e Joca conquistou duas medalhas de bronze, no individual e no estilo livre. Em Londres 2012, o Brasil competiu novamente com a sua equipe completa, mas não obteve nenhum lugar no pódio.

 

Joca é o mais experiente, considerado o capitão da equipe
Joca é o mais experiente, considerado o capitão da equipe

 

A única disciplina do Hipismo no programa dos Jogos Paralímpicos é o Adestramento Paraequestre, com disputas individual, estilo livre individual e por equipes. Competem juntos homens e mulheres que tenham deficiência físico motora ou visual. A estreia do Hipismo em Jogos Paralímpicos aconteceu na edição de Nova Iorque em 1984. Três anos depois, foi realizado o primeiro Mundial, na Suécia. A modalidade só voltaria ao programa oficial dos Jogos Paralímpicos em Sydney 2000. Nos Jogos Rio 2016 participarão 30 países com 78 atletas.
Confira o perfil dos atletas do Brasil no Adestramento Paraequestre:

 
Marcos Fernandes Alves (Joca)
Nascimento: 23/09/1961, Brasília (DF)
Peso: 78kg
Altura: 1,78m
Classe: Ib
Principais conquistas: bronze no individual e no freestyle nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008.
História: Joca começou a montar aos 10 anos, mas saltava. Em 1985, o atleta treinava quando seu cavalo quebrou uma das patas. Ao cair, o cavaleiro lesionou a coluna vertebral e ficou paraplégico. Desde então, continuou sua carreira como instrutor de equitação. Em maio de 2003, voltou ao esporte, mas nas provas de adestramento. No ano seguinte, participou de seus primeiros Jogos Paralímpicos, em Atenas 2004. Esta será a quarta participação de Joca em Jogos.

 

 

Rodolpho Riskalla de Grande
Nascimento: 29/12/1984, São Paulo (SP)
Peso: 72kg
Altura: 1,78m
Classe: III
História: Rodolpho era cavaleiro do hipismo convencional, com passagens pela equipe brasileira. Porém, devido a uma meningite bacteriana sofreu amputação tibial das duas pernas. O atleta já havia acompanhado competições de paraequestre e resolveu ingressar na modalidade. Faz a sua estreia pela Seleção no movimento paralímpico.

 

 

Sérgio Froés Ribeiro de Oliva
Nascimento: 17/08/1982, Brasília (DF)
Peso: 66kg
Altura: 1,74m
Classe: Ia
Principais conquistas: bronze no individual e no freestyle no Hartpury College 2016, na Inglaterra; ouro no Mundial da Inglaterra 2007; ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata 2003.
História: Sérgio teve paralisia cerebral por falta de oxigenação na incubadora. Em 1989, começou no hipismo como forma de terapia, mas ficou apenas seis meses. Depois de praticar outros esportes, aos 13, o brasiliense tropeçou na saída do edifício onde morava e caiu na vidraça da portaria, cortando-se com os estilhaços. O acidente lesionou os nervos na altura das axilas e Sérgio perdeu os movimentos do braço direito. Voltou a praticar o hipismo em 2002, em provas de salto e de adestramento até 2005, quando optou apenas pelo adestramento. Esta será a terceira participação de Sérgio em Jogos Paralímpicos

 

 

Vera Lucia Martins Mazzilli
Nascimento: 06/11/1950, Caconde (SP)
Peso: 51kg
Altura: 1,61m
Classe: Ia
História: Com um ano de idade, Vera foi diagnosticada uma doença chamada distonia muscular não progressiva. Ela começou a fazer o esporte como terapia em 2006, e em 2007, começou a competir.

 
Fontes: MKT Mix Comunicação e Comitê Paralímpico Brasileiro; img: CPB

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